O desejo de conquistar lábios sensuais tem levado cada vez mais mulheres aos consultórios dermatológicos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina Estética Regional Rio de Janeiro (SBME-RJ), a procura é tanta que o preenchimento labial só perde para os tratamentos antirrugas. O principal motivo da procura é que as atuais divas de Hollywood, o centro absoluto dos padrões de beleza, são donas de lábios exuberantes. Basta se lembrar das atrizes Angelina Jolie, Jessica Alba, Julia Roberts, Monica Belucci e Scarlett Johansson, entre outras.
Evite o risco da boca “bico de pato”
Claro que não seria nada mau ter uma boca à la Jolie. Mas, para o resultado ficar harmonioso e o mais natural possível, é preciso levar em conta vários fatores, como o grau de envelhecimento, as características étnicas, a proporção e o tamanho dos lábios. “De um modo geral, a medida do lábio inferior deve ser 1,6 vez maior do que a do superior e se projetar por cerca de 2 mm”, diz o dermatologista Guilherme de Almeida, de São Paulo. É justamente a tentativa de igualar os lábios superior e inferior que resulta na chamada (e temida) boca “bico de pato”.
Além do risco do “bico de pato”, o excesso de produto pode provocar alteração no contorno dos lábios, aparecimento de nódulos ou depressões, perda da harmonia das formas, dificuldade de assoprar e fechar a boca e até prejuízo da mímica facial e da fala.
Os não-indicados
Não é qualquer preenchedor que pode ser aplicado nos lábios, sob o risco de comprometer a expressão facial e ficar com a “boca de pato” por tempo indeterminado. Estamos falando dos produtos de efeito permanente, caso do polimetilmetacrilato (PMMA), ou semipermanentes, como ácido poli-L-láctico (PLLA) e hidroxiapatita de cálcio, batizados comercialmente como Sculptra e Radiesse, respectivamente. Todos são liberados pela Anvisa apenas para o aumento do volume facial e o preenchimento dos sulcos profundos, como os que vão do nariz ao queixo. Já o silicone injetável está proibido devido ao risco de migração do produto. “Desconfie também dos estabelecimentos que cobram muito barato pelo procedimento. O mais provável é que eles estejam oferecendo um tratamento chamado bioplastia, que utiliza o PMMA”, alerta a dermatologista Érica Monteiro, de São Paulo.
Como o preenchimento é feito
O lábio é sensível, por isso dói e incha com facilidade. Em quem suporta (muito!) bem a dor, o preenchedor é injetado após o uso de uma pomada anestésica. Caso contrário, o médico lança mão do anestésico injetável usado pelos dentistas, cuja aplicação, embora rápida, é muito dolorosa. O preenchimento pode ser feito de duas formas – quem decide é o médico:
● O especialista injeta uma quantidade menor de preenchedor num dia e dez dias depois o paciente retorna ao consultório para injetar o resto, se houver mesmo necessidade. A vantagem é que, quanto menos produto for injetado por vez, menos picadas são dadas e menos roxa, dolorida e inchada fica a boca. O inchaço desaparece em dois dias – ou 15, se for feito com o método tradicional, de várias picadinhas, que causam um trauma maior.
● Todo o preenchedor é injetado num só dia. Há duas técnicas:
1. A retroinjeção, em que o médico injeta a agulha inteira no lábio e, à medida que ela é retirada, vai espalhando o preenchedor (são necessárias uma ou duas picadas em cada lábio).
2. São feitas várias picadas (cerca de 30 em cada lábio). Essa técnica é usada tanto para aumentar o tamanho como para definir o contorno com picadas ao redor dos lábios e só algumas no centro. Em ambos os casos, o médico precisa massagear o local para que o ácido seja bem distribuído, evitando pontos endurecidos. Para não correr o risco de contaminação nos micropontos abertos, é recomendado só comer depois de quatro horas, beijar após 12 e esperar 24 para malhar. Se houver hematomas, é essencial usar protetor solar com fator alto. O resultado final aparece após 15 dias. O preço da sessão varia de R$ 900 a R$ 1,8 mil.
Então, pense bem antes de mudar qualquer coisa nos seus lábios, alias, lindo de verdade são lábios naturais (:
